Ilustração do Projeto da URE Barueri – Unidade de Recuperação Energética que entrará em operação na cidade de Barueri/SP em 2025.
Um dos maiores impactos ambientais da atividade humana no planeta é a geração de resíduos, sobretudo em grandes conglomerados urbanos onde o adensamento de pessoas num mesmo local acaba sobrecarregando os sistemas de suporte como coleta, tratamento e destinação final de lixo, fornecimento de água e etc. Segundo o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil da Abrelpe, cada brasileiro gera em média 1,07 kg de resíduos por dia, isso em um ano seriam 390 kg e ao longo de 5 anos produzimos quase 2 toneladas de resíduos.
Para além da questão do aumento de pressão nos sistemas de suporte básico, a ocupação do espaço das cidades muitas vezes inviabiliza a alocação de centrais de tratamento no meio urbano, fazendo com que o resíduo muitas vezes tenha que fazer trajetos cada vez mais longos até o destino adequado. Existem diferentes soluções para o tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) pelo mundo, que precisaram se adaptar ao contexto de pouco espaço, as Unidades de Recuperação Energética (URE´s) sãoexemplo de sucesso nessa adaptação pois, além de serem relativamente compactas e ambientalmente corretas, possuem a vantagem de gerar energia renovável.
O que é uma Unidade de Recuperação Energética?
Unidade de Recuperação Energética (URE), também conhecida como Waste to Energy (WtE) é uma planta dedicada ao tratamento térmico dos resíduos sólidos urbanos (RSU) com a recuperação da energia térmica fruto do processo de queima dos resíduos que é convertida em energia elétrica, isso significa que através da URE o RSU se transforma em fonte de energia renovável.
Fonte: Orizon
Fonte: Orizon
Uma URE então consegue tratar o resíduo sólido urbano e fazer a recuperação da energia produzida pela sua combustão, convertendo-a em energia elétrica no processo e condicionando e tratando os gases e elementos que são gerados da combustão do resíduo, assim garantindo níveis seguros de emissão de efluentes gasosos. Todos os gases oriundos da queima, passam por um complexo e robusto tratamento de gases atendendo a requisitos restritos da legislação e garantindo níveis seguros de emissão.
Usar resíduo para produzir energia elétrica é uma enorme quebra de paradigma já que o processo de recuperação energética do resíduo transforma o que seria um passivo ambiental em um ativo energético que pode ser reintroduzido na rede e comercializado através do Mercado de Energia.
O uso de tecnologias Waste to Energy no Brasil estão em processo inicial de construção sendo primeira iniciativa do país a planta URE Barueri da Orizon que terá capacidade instalada de 20 MW, acesse: www.urebarueri.com.br para saber mais.
No mundo, o uso de tecnologias WTE já são institucionalizadas em vários lugares, o contexto de disponibilidade de recursos associado à falta de espaço para grandes plantas colabora para que seja uma excelente forma de tratar o RSU, por isso seu uso é bastante difundido.
Segundo o Panorama mundial Waste-to-energy da Associação Brasileira de Recuperação Energética (Abren), há mais de 2000 plantas Waste To Energy em operação pelo mundo, sendo mais expressiva sua utilização na Ásia com 1.172 plantas no Japão, 339 na China e 22 na Índia, seguida pela Europa com 522 plantas e pelos Estados Unidos com 87 plantas Waste to Energy em operação.
Diante das vantagens do uso de plantas Waste to Energy para tratamento de resíduos sólidos urbanos, o mercado do setor se encontra em ascensão no mundo todo e aos poucos mais plantas vão sendo implementadas bem como tecnologias vão se aprimorando e apresentando mais vantagens.
No Brasil existe um esforço coletivo para seguir as melhores práticas internacionais de gestão de resíduos sólidos urbanos, de acordo com o Climate Bonds Iniciative (CBI), o país pode investir até 145 bilhões em 12 anos no setor.
No país há bastante potencial para que as Usinas de Recuperação Energética sejam mais populares, a contribuição para a gestão dos resíduos sólidos urbanos seria efetiva! Iniciativas como a URE Barueri da Orizon se fazem bastante importantes para atingir essa meta tendo em vista que as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos estão caminhando com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos em vigência e que ferramentas como os Créditos de Reciclagem e o Créditos de Carbono já fazem parte da cadeia do resíduo.